ir além.

Se me calo e me agrado diante do trabalhador exausto e expropriado é porque em mim essa exaustão não tem ressonância. Sensações e não-sensações reveladoras da minha indiferença com o pesado fardo que o trabalhador sustenta muito mais por mim e pelos outros que por ele próprio. Se a incessante mão erguida do homem sem teto e sem pão não me diferencia o olhar e nem me faz bater forte o coração, é porque isso tudo está naturalizado em mim.

Mas não está enraizado porque eu não nasci má, nem egoísta. Tudo foi construído, está e continuará sendo construído até que um dia eu me lembre que um pouco de bondade em mim (porque já temos consciência) ressoaria para além do meu eu.

Se é para falar em revolução, que seja uma revolução em nós mesmos.

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